MÁRCIA SOMAN MORAES, da Folha Online
O desafio para enfrentar a epidemia global da Aids está na prevenção da contaminação e na barreira imposta por um conceito muito mais antigo que a própria doença, os estereótipos da masculinidade ligados à promiscuidade e à rejeição aos preservativos, segundo o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA, na sigla em inglês).
"Os jovens acreditam que para ser macho é preciso não usar camisinha, ter muitas parceiras, fazer sexo casual. Tudo isso é permitido porque faz parte da imagem de macho, mas, na verdade, os colocam sob risco da contaminação da Aids", afirma a indiana Purnima Mane, diretora executiva do UNFPA.
Mane veio ao Rio para um simpósio sobre o combate aos estereótipos da masculinidade como ferramenta de prevenção à Aids. "Precisamos convencer os homens a deixar estes estereótipos de gênero, não apenas para o benefício de suas parceiras, mas para seu próprio benefício", disse Mane, que defende uma "nova masculinidade" onde a ênfase está no "macho protetor e responsável".
A diretora da ONU afirma que o foco no comportamento masculino é resultado da compreensão de que, na maior parte das culturas, os homens são os que controlam o uso da camisinha. "Em culturas na África, por exemplo, se uma mulher é pega com uma camisinha na bolsa é presa como prostituta. As mulheres não podem nem ao menos comprar, quanto mais exigir, a camisinha por causa do estigma social."
A chave do programa, afirma Mane, está no combate aos estereótipos antes mesmo de sua influência definitiva no comportamento. "Se mudamos o comportamento cedo o suficiente, saímos em vantagem. Mudar algo que já se desenvolveu é muito mais difícil", explica a diretora. "É como o cigarro. É mais fácil convencer alguém que nunca fumou a não experimentar."
Influência
Mudar o comportamento, ressalta Mane, é mais fácil na teoria do que na prática. Como trabalha com jovens, a ONU foca seus esforços em encontrar influências positivas e combater aquelas que incentivam o comportamento de risco do velho macho.
"Muitos destes estereótipos do macho são conceitos presentes na cultura e defendidos mesmo por celebridades", afirma Mane.
O exemplo mais recente está nos Estados Unidos. O rapper Chris Brown, 19, foi acusado de agredir sua namorada, a cantora Rihanna, 21. As fotos da pop star com o rosto machucado vazaram na imprensa e iniciaram uma discussão entre os jovens americanos. Segundo uma pesquisa da Comissão de Saúde Pública de Boston, publicada pelo jornal "The New York Times", de 200 jovens consultados 42% dizem que a agressão é culpa de Rihanna e 52% dizem ser culpa de ambos.
Segundo um relatório da ONU de 2006, ao menos uma em cada três mulheres no mundo apanharam, foram forçadas a fazer sexo ou abusadas ao longo da vida. O agressor, na maioria dos casos, é alguém que elas conhecem. Este comportamento violento amplia a vulnerabilidade da mulher, explica Mane, que fica mais resistente em mudar seu comportamento passivo e exigir o uso do preservativo pelo homem. "Nós sabemos que há muitas forças --educação, família, fé, cultura-- que influenciam a decisão dos jovens. O que fazemos é tentar trabalhar dentro da estrutura já existente, porque o simples confronto não traz resultado", explicou Mane, acrescentando que o programa da ONU depende da ação do governo e dos agentes da sociedade civil para funcionar.
terça-feira, 31 de março de 2009
terça-feira, 17 de março de 2009
MANIFESTO EM DEFESA DA REABERTURA E DE UMA MELHOR INFRA-ESTRUTURA PÚBLICA DA ESCOLA ITINERANTE DO MST-RS
A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, e parte direitista do Ministério Público do estado estão golpeando as Escolas Itinerantes do MST no Rio Grande do Sul, decretando o banimento dessas instituições educativas. O ato de proscrever essa inspiradora iniciativa educativa do MST é parte do processo de criminalização e de expulsão do MST do estado, conforme vem sendo denunciado pelas entidades democráticas de dezenas de países.
Para proteger os latifúndios e as corporações, em especial as de celulose, Yeda e seus aliados querem cortar o que julgam ser o "mal pela raiz": a educação das crianças, dos jovens e dos adultos que estão acampadas há anos, pois nada é feito em prol da reforma agrária. A governadora quer silenciá-los.
Os camponeses foram expropriados de suas terras pelo poder do grande capital e nenhuma alternativa econômica lhes foi possibilitada. É por isso que as bandeiras do MST tremulam à beira das rodovias que ladeiam os latifúndios destrutivos. Dignamente os camponeses resistem lutando pela democracia que, para ser verdadeira, não pode prescindir dos meios econômicos que assegurem condições de vida humana. E as Escolas Itinerantes são parte desse processo civilizatório.
As Escolas Itinerantes do MST são espaços de conhecimento, criação, socialização com base em valores ético-políticos libertários e democráticos. São espaços públicos de formação humana, de crítica e de renovação do pensamento pedagógico brasileiro e latino-americano. Estudiosos de diversos países as investigam e as difundem por meio de teses, artigos, experiências de educação popular, propagando ideais pedagógicos originalmente sistematizados e difundidos por Paulo Freire. As Escolas Itinerantes são lugares que estão propiciando reflexões que permitem construir um melhor futuro para a educação pública, gratuita, laica e autônoma frente aos interesses particularistas e mesquinhos como os professados pelo atual governo estadual.
Exigimos a imediata reabertura das Escolas Itinerantes acompanhadas pelo MST, bem como a garantia de que o poder público assegurará a infra-estrutura necessária ao pleno funcionamento das mesmas. Os signatários do presente Manifesto estarão acompanhando as ações do governo estadual nos sindicatos, nas escolas, nas universidades, nas lutas sociais, promovendo denúncias e atos políticos até que as escolas voltem às crianças, aos jovens e aos professores que nelas atuam.
Carlos Walter Porto-Gonçalves - UFF
Eduardo Galeano - Escritor (Uruguai)
Emir Sader - UERJ, Secretario Executivo do CLACSO
Gaudêncio Frigotto - UERJ
Ivana Jinkings -Editora Boitempo
Marcelo Badaró - UFF
Roberto Leher - UFRJ
Virgínia Fontes - UFF e Fiocruz
Adesões: http://www.PetitionOnline.com/05032009/
Manifesto dirigido para:
Yeda Crusius: http://br.mc905.mail.yahoo.com/mc/compose?to=governadora@gg.rs.gov.br; Ministério Público: http://br.mc905.mail.yahoo.com/mc/compose?to=pgj@mp.rs.gov.br; Assembléia Legislativa - Presidente Ivar Pavan (PT): http://br.mc905.mail.yahoo.com/mc/compose?to=ivarpavan@al.rs.gov.br c/c: MST RS: http://br.mc905.mail.yahoo.com/mc/compose?to=mstrs@mst.org.br
Para proteger os latifúndios e as corporações, em especial as de celulose, Yeda e seus aliados querem cortar o que julgam ser o "mal pela raiz": a educação das crianças, dos jovens e dos adultos que estão acampadas há anos, pois nada é feito em prol da reforma agrária. A governadora quer silenciá-los.
Os camponeses foram expropriados de suas terras pelo poder do grande capital e nenhuma alternativa econômica lhes foi possibilitada. É por isso que as bandeiras do MST tremulam à beira das rodovias que ladeiam os latifúndios destrutivos. Dignamente os camponeses resistem lutando pela democracia que, para ser verdadeira, não pode prescindir dos meios econômicos que assegurem condições de vida humana. E as Escolas Itinerantes são parte desse processo civilizatório.
As Escolas Itinerantes do MST são espaços de conhecimento, criação, socialização com base em valores ético-políticos libertários e democráticos. São espaços públicos de formação humana, de crítica e de renovação do pensamento pedagógico brasileiro e latino-americano. Estudiosos de diversos países as investigam e as difundem por meio de teses, artigos, experiências de educação popular, propagando ideais pedagógicos originalmente sistematizados e difundidos por Paulo Freire. As Escolas Itinerantes são lugares que estão propiciando reflexões que permitem construir um melhor futuro para a educação pública, gratuita, laica e autônoma frente aos interesses particularistas e mesquinhos como os professados pelo atual governo estadual.
Exigimos a imediata reabertura das Escolas Itinerantes acompanhadas pelo MST, bem como a garantia de que o poder público assegurará a infra-estrutura necessária ao pleno funcionamento das mesmas. Os signatários do presente Manifesto estarão acompanhando as ações do governo estadual nos sindicatos, nas escolas, nas universidades, nas lutas sociais, promovendo denúncias e atos políticos até que as escolas voltem às crianças, aos jovens e aos professores que nelas atuam.
Carlos Walter Porto-Gonçalves - UFF
Eduardo Galeano - Escritor (Uruguai)
Emir Sader - UERJ, Secretario Executivo do CLACSO
Gaudêncio Frigotto - UERJ
Ivana Jinkings -Editora Boitempo
Marcelo Badaró - UFF
Roberto Leher - UFRJ
Virgínia Fontes - UFF e Fiocruz
Adesões: http://www.PetitionOnline.com/05032009/
Manifesto dirigido para:
Yeda Crusius: http://br.mc905.mail.yahoo.com/mc/compose?to=governadora@gg.rs.gov.br; Ministério Público: http://br.mc905.mail.yahoo.com/mc/compose?to=pgj@mp.rs.gov.br; Assembléia Legislativa - Presidente Ivar Pavan (PT): http://br.mc905.mail.yahoo.com/mc/compose?to=ivarpavan@al.rs.gov.br c/c: MST RS: http://br.mc905.mail.yahoo.com/mc/compose?to=mstrs@mst.org.br
terça-feira, 10 de março de 2009
MULHER AO VOLANTE
Só 11% dos acidentes com vítimas são provocado por elas.
Texto: Luana Lourenço/Agência Brasil
(09-03-09) – Brasília - As mulheres se envolvem menos em acidentes de trânsito que os homens, de acordo com pesquisa do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). O levantamento revelou que, entre 2004 e 2007, apenas 11% dos motoristas envolvidos em acidentes de trânsito com vítimas eram mulheres.Do total de 1,7 milhão de condutores envolvidos nesse tipo de acidente no período, 71% eram homens e para 18% da amostra não há dados sobre sexo, porque, em muitos casos, os motoristas fogem do local. Segundo o Denatran, as mulheres já são 33% do total de condutores habilitados no Brasil. Em todo o país, o total de mulheres habilitadas chega a cerca de 15 milhões, conforme dados de dezembro de 2008 do Registro Nacional de Carteiras de Habilitação.
Texto: Luana Lourenço/Agência Brasil
(09-03-09) – Brasília - As mulheres se envolvem menos em acidentes de trânsito que os homens, de acordo com pesquisa do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). O levantamento revelou que, entre 2004 e 2007, apenas 11% dos motoristas envolvidos em acidentes de trânsito com vítimas eram mulheres.Do total de 1,7 milhão de condutores envolvidos nesse tipo de acidente no período, 71% eram homens e para 18% da amostra não há dados sobre sexo, porque, em muitos casos, os motoristas fogem do local. Segundo o Denatran, as mulheres já são 33% do total de condutores habilitados no Brasil. Em todo o país, o total de mulheres habilitadas chega a cerca de 15 milhões, conforme dados de dezembro de 2008 do Registro Nacional de Carteiras de Habilitação.
Assinar:
Comentários (Atom)
